Não sou mais a mesma. Está tudo triste, tão triste. Aos poucos estou me perdendo de você. E eu não sei se isso é bom, se é ruim. Tenho vontade de lhe dizer o que aconteceu comigo em todos esses tempos, mesmo que trema de desejo por olhar em seus olhos, como naqueles dias que disputamos o olhar e eu perdi desviando os meus. Vontade de ficar mais perto, transformar os meus escritos em palavras ditas, porque tudo o que derramo em folhas virgens é para você que dedico. Por ter lhe conhecido, consegui me transformar em versos, palavras doces e coisas bonitas. O gelo se desmanchando, meu corpo ardendo e eu chamando pelo seu nome. Vivia louca e limitada a pensar em outras coisas. Pedia o seu socorro em silêncio, mas será que você me ouvia?
Nenhum olhar conseguiu causar este efeito em mim, e a desorientação se encaixava perfeitamente em meus pensamentos. Difícil saber o que se passava em sua cabeça e a razão explícita de me examinar com tanta suavidade
e atrevimento. Nunca vi tanto desejo me chamando, tanto desejo subentendido me fazendo arrastar com tanta força e me obrigando a continuar com o jogo. Como uma disputa. Pensei em me render, mas a coragem escapou.
Fui deixando a insanidade correr pelas minhas veias e, nesses momentos de loucura, nós nos beijamos e nos amamos por muitas vezes. O seu silêncio sempre me doeu tanto, que eu calei de vez a minha voz, esperando ouvir a sua e dar liberdade às minhas. Tantas! Tantas palavras trancadas! Quero te esquecer. Ou já devo ter esquecido. Mas você me envolvia de um jeito tão misterioso que eu não tenho conseguido fechar o ciclo. Quero tudo de novo, você de novo, sentir de novo, enlouquecer de novo. Quero tudo de novo e, quando acabar, quero tudo outra vez.
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